Uma carta incompleta:
“Tenho um papel e quase me apetece
escrever uma carta.
Fechei os olhos, enquanto pensava
no que havia de dizer, lembrei-me que tinha marcado o teu número de telemóvel
há pouco tempo… Lembrei-me de ti. De repente, perdi a coragem toda para te
ligar, porque pensei que não me irias retribuir as palavras. Que iriam ser apenas
palavras breves e secas. Nada como antes.
Onde estás agora? Acreditas que
sinto a tua falta? Sinto falta de ti, da pessoa por quem me apaixonei. O que
lhe fizeste? Parece que com o tempo ela foi desaparecendo. E eu não queria. Não
queria mesmo. Será que não pode voltar? Tenho saudades dele. Precisava
novamente dele ao meu lado.
Se eu pudesse, agarrava-te todos os
dias nos meus braços, mas não posso. Não posso fingir que já nada me magoa, que
já esqueci e que te perdoei e que já não penso nisso. O mais provável é eu
nunca mais esquecer o que se passou mas eu sei que consigo superar por ti. Mas
eu preciso também que arrumes bem a tua cabeça e o teu coração e que tenhas
tudo no sítio e que saibas bem o que queres.
Não voltes a falar como se nunca nos tivéssemos magoado, como se nada tivesse
acontecido. Talvez seja melhor agires como se eu fosse uma desconhecida em
transição à categoria de amiga, de novo. Fazes-me fugir da realidade. Mesmo
assim gostava de conseguir conquistar as palavras certas e as mais parecidas
possíveis para te contar o que sinto por ti. Tu sabes que eu gosto de ti, tu
sabes, eu sei que sim. Mas não é somente gostar, é tão forte, tão vivo…Não
arranjo maneira de atenuar tudo o que sinto por ti, provavelmente porque também
não é o que quero realmente…”
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